extraído do artigo publicado no XXI Congresso da ANPPOM - Uberlândia 2011
..."Muitas pesquisas etnomusicológicas já dedicaram parte de seus estudos aos instrumentos musicais, como as publicações pioneiras de Setti (1985) e Bastos (1999). De acordo com Satomi (2008), muitos desses estudos elegeram os instrumentos musicais como protagonistas, como por exemplo: a gaita de cabocolinho (Guerra Peixe, 1966); a rabeca, e a maraca e viola (Bispo, 2002), entre outros. Destes trabalhos, no que se refere ao Estado de Santa Catarina, destaca-se a produção do antropólogo Rafael Menezes de Bastos que coordena, há anos, um grupo de pesquisa que estuda os sistemas musicais das sociedades indígenas das terras baixas da América do Sul (TBAS). Porém, mesmo com essas iniciativas, ainda existe uma intensa carência naquilo que se refere à catalogação e registro dos instrumentos musicais utilizados nesses e em outros grupos étnicos e folclóricos, principalmente os instrumentos de percussão.
Além disso, a pouca visibilidade da percussão, que tem sido traduzida como uso restrito ou nulo de instrumentos dessa natureza pelos grupos, não parece se constituir como tal. Ao contrário, há o entendimento que aponta para a minimização da importância de estudos que dêem visibilidade para estes agrupamentos e, por conseqüência, para os estudos que se dediquem a investigar a utilização desse tipo de instrumento musical nas manifestações artísticas e culturais catarinenses. Por meio dessa investigação se pode perceber que a utilização de elementos percussivos nos grupos folclóricos de Santa Catarina, em sua variedade e quantidade, é muito mais ampla do que se pensa"...
Luciano Candemil e Rodrigo Paiva
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